Um aspecto menos óbvio em “Truque de Mestre“ é a incansável disposição de seus protagonistas em se fazer destacar a qualquer custo, o que confere uma graça involuntária (e vital) ao filme. Louis Leterrier capta muito bem esse espírito meio junkie de personagens que topam tudo por um momento de fantasia, de escape da realidade ou só por um jogo um pouco mais arriscado mesmo. Quando acaba, ninguém deixa de lamentar.

“Medieval” é um épico histórico que narra a trajetória de Jan Žižka, um dos maiores líderes militares da Boêmia no século XV. O filme, dirigido por Petr Jákl, mergulha nas turbulentas guerras hussitas e destaca a figura de Žižka, famoso por nunca ter perdido uma batalha. Com uma fotografia sombria e cenas de combate intensas, “Medieval” cativa o público ao trazer à vida a brutalidade e a complexidade de um período crucial na história europeia.

A versão de “Ninguém Escreve ao Coronel” diz muito sobre a perseverança de Arturo Ripstein e o zelo de Gabriel García Márquez (1927-2014) com a própria obra. Gabo custou a assentir que o amigo fizesse sua versão da novela publicada em 1961, mas o melodrama de Ripstein saiu bastante fiel ao estilo do romancista, sem que o cineasta precisasse renunciar de todo a suas intenções autorais — e mudando a história da Colômbia para o México sem deformar nada.

“Quando os Anjos Dormem”, o segundo longa-metragem do diretor espanhol Gonzalo Bendala, mergulha profundamente em dilemas morais e psicológicos a partir de um evento trágico. A trama acompanha Germán, um pai de família cuja vida aparentemente comum desmorona após um acidente, provocando um intenso debate sobre ética, escolhas pessoais e a natureza humana. O filme se destaca pela capacidade de envolver o espectador em uma narrativa que questiona a linha tênue entre o bem e o mal.